Entrando no EBUC2019 com o pé direito, a Selecção Mista de Portugal ganhou por 13-6 o jogo maior da jornada contra a República Checa. Foi a primeira vez que jogou frente ao seu público, com muitos familiares, amigos, adeptos da modalidade e o público em geral a ver na praia ou pela internet. Todos os olhares estavam sobre eles, e a exibição esteve à altura. Depois de um início de jogo repartido, os portugueses conseguiram o 5-4 e passaram a controlar o jogo. Uma defesa sólida, com destaque para duas intervenções de Seb Lacroix e de Ricardo Patrão, tornou impossível aos checos recuperar.
Após o jogo, tive oportunidade de falar com os capitães da equipa, Kendall Ferreira e David Lemos. Explicaram a sensação de jogar em frente ao seu público num jogo de estreia, ao fim de meses de preparação. A Kendall contou: «É uma boa sensação, ambos já jogámos um par de Mundiais por Portugal, por isso estamos habituados a jogar em França, Londres, Dubai… mas é um pouco estranho, jogar no local onde treinamos». O David Lemos acrescenta: «Estava nervoso com a afluência de tanto público, mas gostei de entreter as pessoas».
Na preparação para os Europeus, esta Selecção participou em torneios como o Sabe-A-Mixta (Valência) e MOW (Lisboa); além disso realizou treinos de equipa todos os meses e os jogadores cumpriram um programa individual. A Kendall conta que, para motivar os jogadores, foi essencial comunicar de uma maneira em que todos puxassem por todos, antes do torneio. Conta também que a média etária da equipa é mais baixa do que no passado e que alguns dos jogadores são relativamente novos no Ultimate de Praia, tendo jogado mais na relva. Mas acredita que a e chegou agora ao seu ponto.
Um dos objectivos do torneio é desenvolver a comunidade local. A principal aposta neste sentido, este ano, é o campo de formação mantido pela selecção Ilha Currier, onde os mais novos podem aparecer para aprender a jogar Ultimate. Quem participar receberá um disco usado de oferta, para poder continuar a jogar depois do torneio. Pensando nisto, perguntei aos dois responsáveis que efeitos acham que o EBUC2019 vai ter neste desporto em Portugal, mais tarde. Responderam que, para eles, a cobertura que a prova está a receber nos media ajude mais pessoas a descobrir o Ultimate e a pensar em participar num torneio, no futuro. Além disso, esperam que o seu desempenho na prova sirva de inspiração aos mais novos.
Será interessante ver o desempenho da equipa ao longo do Europeu. Amanhã é o jogo com a Bélgica, a última partida antes de a categoria mista ser dividida em duas ‘pools’ de seis para a próxima etapa. Como todos os seus adeptos portugueses, cá estarei para acompanhar os seus resultados no resto do EBUC2019.
