Quem estará em destaque em Portimão? Um olhar (muito prematuro) às categorias masculina, feminina e mista

É muito difícil prever o que vai acontecer no EBUC2019. As equipas ainda não estão oficialmente inscritas, por isso não é fácil ver o que cada país aposta no Ultimate de Praia, num ano em que há tantas outras provas em destaque — os Europeus de relva, o Campeonato de Sub-24 e a temporada de EUC, que está sempre presente, terão o seu peso. Ainda assim, fomos ver o desempenho recente das equipas, e procurar os indicadores possíveis, para identificar os grandes destaques da prova de Maio, em Portimão.

Eu fiquei com cinco equipas nas três categorias centrais, ao passo que a nossa nova colega Maya Israel falará, ainda esta semana, das categorias de Masters. Antes de começarmos, vou puxar um pouco ‘a brasa à minha sardinha’ e dar uma saudação à equipa da Grã-Bretanha, a única que vai estar presente em todas as oito categorias!

A categoria masculina será disputada por treze selecções e a feminina por sete e haverá dezoito equipas na categoria mista. Então vamos olhar para uma equipa por cada divisão e acrescentar um ou dois extras.

Espanha Mista

Do mesmo modo que no seu país vizinho (e, em breve, anfitrião) Portugal, Espanha respira Ultimate de Praia. Até há pouco tempo, os espanhóis realizavam o seu Campeonato Nacional alternadamente entre relva e areia; sempre tiveram mais dificuldades no primeiro piso e foram mais competitivos no segundo. Este ano, o Sabe A Mixta, um torneio misto de preparação que decorreu há algumas semanas, em Valência, parece ser a melhor montra para o que há a esperar em Portimão. A selecção espanhola venceu essa prova, batendo a Grã-Bretanha na final. Uma vitória dessas é uma mensagem muito clara dos espanhóis e um óptimo presságio para o EBUC2019 — em prova estiveram equipas de gabarito, como Portugal, Alemanha e Rússia.

Há que recordar que, em Novembro último, esta formação também tinha vencido o CFC, um torneio de grande nomeada que se realiza em Lanzarote. O que significa que a sua preparação para Portimão está a ser feita na base de vitórias. Será interessante ver se conseguem manter o balanço, pois antes do último Mundial ficaram em 2º lugar num torneio de preparação, mas no WCBU não passaram dos quartos. Vão, com certeza, querer melhorar esse registo.

Grã-Bretanha masculino

A selecção britânica subiu a pulso, no Ultimate de Praia masculino. Foram finalistas vencidos nos últimos dois WCBU, sempre perdendo apenas com os EUA. A equipa volta a ser formada, quase em exclusivo, por jogadores de Clapham, com grande coesão, muitos deles já medalhas-de-prata (Royan, 2017). O capitão Justin Foord é um dos jogadores mais conhecidos da Europa, e sob a sua liderança as formações da Grã-Bretanha e de Clapham mostraram o seu domínio, ao longo da última década — já para não falar dos seus registos do outro lado do Atlântico, com as equipas de Toronto. Está de regresso ao lado de jogadores experientes, como Matt Parslow e Tom Abrams, que já o acompanharam nos World Games. Esta selecção estará de olho no ouro, e considerando o seu percurso recente vai ser difícil fazer-lhes frente.

Rússia feminina

É sem dificuldade que se dá destaque a esta equipa, uma vez que são as campeãs mundiais em título. Vale a pena dizer que esta foi a única selecção a travar a hegemonia norte-americana em Royan. Sem se saber a composição da equipa, é difícil prever em que estado se vão apresentar, mas a Rússia tem créditos firmados no Ultimate de Praia há muitos anos e jogadoras como Sasha Pustovaia ou Olga Podolskaia — que nos brindou com o improvável layout que lhes valeu as medalhas de ouro — têm um conjunto de capacidades que se tornam um pesadelo para qualquer adversário, seja qual for o tipo de piso. Se conseguirem trazer a precisão ofensiva e a coragem pura que mostraram em França, estarão bem posicionadas para aumentar a colecção de medalhas.

Suíça feminina

Outra formação com um grande desempenho no WCBU e com um óptimo historial no Ultimate de Praia é a Suíça. Medalhas-de-prata no último EBUC e numa prova de relva, além de um 6º lugar em Royan, as helvéticas têm talento para dar e vender, como se vê pelo sucesso recente do clube FABulous, de Berna, ou pelas exibições de atletas como Laura Niederhauser e Isabelle Guttinger em França. Mas, com a aposta forte que têm mostrado nos últimos anos, não seria de espantar que Portimão servisse de apresentação a uma nova geração de grandes talentos. Seja qual for a composição da equipa, trarão grandes dificuldades às russas.

Luxemburgo mista

Para ser franco, não faço a mínima ideia de quem estará nesta equipa ou de como será o seu desempenho, mas isso é em grande parte porque não me recordo de alguma vez o Luxemburgo ter inscrito uma selecção! Será muito bom ver outra equipa a entrar nos Campeonatos para medir forças com o resto da Europa.

Fique atento

Fora destas equipas, o topo da categoria masculina será fascinante — a Alemanha, a Itália, a Bélgica e a Rússia vão dar a maior luta possível à Grã-Bretanha e têm jogadores para isso. A categoria mista é, em geral, a mais disputada e apresentará, sem dúvida, muitas equipas equilibradas. Várias destas selecções jogaram no Sabe A Mixta. A Grã-Bretanha (2º lugar), Portugal (3º), a Rússia (4º) e a Alemanha (6º) estiveram muito bem, sem surpresa, e há sempre uma equipa-sensação que surpreende todos — esta vez podem muito bem ser os checos, que ficaram em 8º lugar em Valência. A selecção feminina da Letónia mostrou grande poder de choque em Royan, graças a estrelas como Sabine Smite e Lasma Kublicka, e também a Dinamarca e a Grã-Bretanha são fortes nesta categoria.

Depois de a composição das selecções ser conhecida, voltaremos a fazer uma análise, com uma imagem mais nítida das forças de cada uma. Para já, lembre-se, ainda esta semana vamos trazer-lhe mais algumas previsões e notícias sobre esta prova que está quase a começar!

Março 13th, 2019|